Por: Walter Jefferson
Quando nos deparamos com a pergunta: o que faz mais renda para São Miguel do Gostoso? A maioria das pessoas responde logo que é o turismo. De fato, a economia do nosso município se destaca no turismo, na pesca e na agricultura, mas se fizermos uma análise mais aprofundada, veremos que existe uma série de atividades econômicas que se desenvolvem paralelas ao turismo, e que se somadas chegam a gerar uma renda talvez maior do que a que é gerada pelo mesmo, para a população nativa.
Estas atividades influenciam significativamente no desenvolvimento econômico do nosso município, mas que devido a fatores culturais, acabam não tendo tanta visibilidade. Podemos citar como exemplo dessas atividades a comercialização de roupas, cosméticos, alimentos para consumo imediato, confecções de artigos decorativos, prestação de serviços relacionados à estética, serigrafia, etc. Inclusive, há relatos de pessoas que sustentam sua família e até adquiriram certa “estabilidade financeira” a partir de atividades como estas citadas e praticadas no meio popular mesmo.
Dona Neta, por exemplo, vende dim-dim desde 2008 para ajudar no orçamento de casa. “Gosto do que faço, diz ela, no dia que não vou vender dim-dim fico ‘aperreada’, porque gosto muito da atividade que faço e só pretendo parar quando não puder mais realizá-la”. Hoje Dona Neta é uma microempreendedora individual e compõe quase toda a renda da família.
Nívea é professora na rede municipal, mas não abre mão de uma renda extra. Há quatro anos ela faz salgados e doces, ela nos conta que atende encomendas para aniversários, entrega em algumas lanchonetes e vende também em casa. “Desde que comecei a realizar esta atividade criei gosto por ela, me sinto feliz por saber que as pessoas gostam do que faço. Agora que comecei, não pretendo parar, pois tenho planos para o futuro”, diz Nívia.
São pequenos exemplos de que nossa cidade dispõe de outras alternativas de geração de renda que muitas vezes não são percebidas pela comunidade. Como essas, vem outros exemplos como pintores, vendedores de verduras, labirinteiras, costureiras, vendedoras de tapioca, mungunzá, picolé e muitos outros.
Não quero dizer que as pessoas devem desprezar o turismo, mas o fato é que o turismo, assim como algumas outras atividades econômicas, tem sazonalidade (alta estação e baixa estação), e no período da baixa estação muitas pessoas que trabalham na área são dispensadas e acabam tendo que passar por um verdadeiro “aperreio” devido ao simples fato de estarem à disposição da sazonalidade de atividades do turismo, e deixarem de enxergar as oportunidades que os rodeiam.
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