quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Lenda das minas encantadas

Por: Aldo Cézar

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Era uma vez um senhor que era muito conhecido por entre as pessoas... E sabe por quê? Porque ele era muito mão de vaca e guardava todo dinheiro que tinha escondido para que ninguém pegasse. Não dava nem esmolas.

Ele era tão ruim que certo dia enterrou todo seu dinheiro num baú e marcou o lugar com uma árvore bem longe de sua casa e dentro do baú com os seus tesouros colocou também uma cobra muito venenosa, porque se alguém achasse seria picado pela cobra e morreria. 

Uma certa noite o velho senhor morreu e os vizinhos ambiciosos foram a sua casa para ver se encontravam algo de valor deixado pelo velho. Mais não encontraram nada. 
Dias depois a alma do velho começou a aparecer para alguns dos seus vizinhos, que dizia assim nos seus sonhos: 

- Você deve ir até a árvore que vou indicar e desenterrar o tesouro que escondi lá. Estou sofrendo muito e só depois de alguém desenterrar o tesouro que poderei me libertar.
Logo que recebia a mensagem a pessoa ficava muito feliz, é claro, pois ficaria rico, até ele explicar um detalhe:

- Deverá ir você e mais outra pessoa, porque dentro do baú tem uma cobra que hoje está muito grande e quando o baú for aberto ela matará um dos dois.

Ao saber desse detalhe ninguém tinha coragem de tirar a mina que até hoje continua encantada nos arredores da Baixinha dos França, e o homem continua como alma penada esperando que um dia a mina seja retirada de lá. Dizem que nunca se deve ser tão mesquinho e jamais deixar riquezas guardadas.

Tese mostra que o Brasil foi descoberto em São Miguel do Gostoso/RN e não na Bahia

Por: Gercinara Silva


Foto da Internet
O Brasil foi descoberto onde hoje é São Miguel do Gostoso e não em Porto Seguro, o Monte Pascoal na verdade é o Pico Cabugi e o marco [da Praia do Marco] na verdade foi chantado no dia 30 de abril de 1500, durante a segunda missa na Terra de Vera Cruz. A tese de que o Brasil nasceu aqui, no Rio Grande do Norte, defendida pelo pesquisador Lenine Pinto, demonstra uma série de dados a serem contestados na história oficial.

Quando estava pesquisando para seu livro Natal USA, lançado em 1965, descobriu um dado interessante, o comandante americano da força tarefa no Recife, na década de 40, Jonas Inghram, deixou escrito que escolheu Recife como base em função da proximidade com o Cabo de São Roque, que é o ponto mais estratégico no Atlântico Sul. Com relação a Salvador ele diz que teria uma melhor base, mas a distância de 400 milhas a mais fazia uma grande diferença. "Como é que estas 400 milhas não iam fazer diferença para naviozinhos a vela, cheios de gente e dependendo de vento?", indaga Lenine.

A partir de várias pistas levantadas numa pesquisa de quatro anos, já na década de 90, ele escreveu "Reinvenção do Descobrimento" publicado em 1998. Com a proximidade da data comemorativa dos 500 anos, o pesquisador foi muito procurado pela imprensa nacional. Sua tese vem ganhando adeptos pelo País. Hoje, ele já não se emociona quando descobre mais um dado que esclarece sua tese.


Foto: Tiago da Silva Luciano
A última informação deste tipo foi a da caravela Boa Esperança que saiu de Portugal e está se dirigindo ao Brasil, refazendo o caminho de Cabral nas comemorações dos 500 anos. A embarcação teve de ligar os motores na travessia do Equador por falta de vento.
Segundo Lenine, Cabral também teve este problema. O navio estava praticamente parado. O tempo estimado da travessia de Cabo Verde ao porto seguro, onde ancorou Cabral, são 30 dias. Ele deve ter ficado um ou dois dias no mar parado em função do desaparecimento da nau de Vasco de Ataíde. "Na realidade ele fez a travessia em 28 ou 29 dias como é que ele poderia ter ido até o sul da Bahia?", adianta.

No ano seguinte, em 1501 João da Nova, fez a travessia do Atlântico e levou 30 dias do Cabo Verde ao Cabo de São Roque, o que Lenine entende como mais um respaldo para o tempo da viagem feita por Cabral. "D. Manuel numa carta enviada ao Rei da Espanha explica que ele mandou João da Nova para procurar Cabral e eles já sabiam da rota. João da Nova não foi para o sul da Bahia e sim para as imediações do Cabo de São Roque", explica o pesquisador.

Lenine defende que os portugueses já haviam passado pela terra de Vera Cruz. Uma das provas é que a carta do rei D. Afonso V datada de 1470, proíbe os comerciantes portugueses que negociavam na Guiné de explorar o pau-brasil. "Por que o pau -brasil? Não tinha o pau brasil lá", questiona o pesquisador.

AGUADA — Em 1498 havia peste na ilha de Cabo Verde, o arquipélago estava seco e já se presenciava a seca provocadora do esgotamento de suas reservas hídricas. Este era o local para reabastecimento de água das embarcações. Vasco da Gama, lembra Lenine, passou por lá e também fez estas observações, depois de Cristovão Colombo. Nas instruções a Cabral diziam que se ele tivesse água para mais quatro meses não era preciso parar em Cabo Verde.

A aguada - que era o sistema de abastecimento das naus, incluindo caça, a reposição de lenha dos navios e o descanso para os portugueses - aconteceu em Vera Cruz e não em Cabo Verde. "O ponto fundamental da carta de Caminha são as notícias das águas. Ele diz que as águas são muitas, encontraram lagoa de água doce e fala muito nos rios", menciona Lenine.


Foto: Tiago da Silva Luciano
O pesquisador afirma que a água era tão importante que a naveta de mantimentos foi mandada de volta para Portugal com as notícias sobre este verdadeiro tesouro para a navegação portuguesa: a água. As coincidências históricas apontam mais uma questão que leva o descobrimento ao Rio Grande do Norte. O mapa de Cantino, em 1502, mostra que a ponta litoral do Estado era chamada de São Jorge, exatamente o santo do dia 22 de abril. Era praxe entre os navegantes batizar os achados como o nome do santo do dia.

O MARCO — Era normal chantar um marco no ponto onde chegavam e ao alcançarem o mar chantavam o segundo marco. "O Brasil tinha dois padrões (marcos), um na Praia do Marco, em São Miguel do Gostoso, e outro em Cananéia, em São Paulo", ressalta Lenine. 

Em documentos há relatos de que Cabral percorreu duas mil milhas na costa brasileira. "Duas mil milhas é exatamente a distância entre esse ponto do RN e Cananéia", afirma. Ele lembra que o marco de Touros foi chantado por Cabral, na segunda missa no Brasil, no dia 30 de abril, junto à cruz onde foi celebrado o rito católico e tomada a posse oficialmente da terra. O local onde foi encontrado o marco ficou sendo chamado de Praia do Marco.

Comunidade de Reduto

Por: Edson Gomes

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A comunidade de Reduto é localizada a alguns quilômetros de São Miguel do Gostoso/RN, ligando São Miguel a um dos pontos turísticos mais visitados de nossa cidade, a praia de Tourinho. Reduto é também conhecido por ter uma grande quantidade de artesãs, onde dedicam uma boa parte do seu tempo a criação do labirinto, peça artesanal que ainda é comum encontrar em São Miguel do Gostoso.

Diz stephany, adolescente e moradora de reduto, que antigamente o lugar era situado onde hoje é a praia de Tourinho, numa rua chamada rua das ovelhas. Com o passar do tempo as famílias vieram se aproximando para o local que se encontra ate hoje. stephany ainda diz que o local antigamente era bem mais tranqüilo, mais com a abertura da estrada ate a praia de Tourinho, a tranqüilidade diminuiu, pois o trafego de veículos em alta velocidade aumentou, trazendo sérios riscos para os moradores da comunidade.

Imagem da Internet
Reduto foi formado por uma única família, gerando toda descendência que hoje habita no local. A principal renda dos moradores vem da agricultura e da pesca, sendo esses os principais meios de renda da comunidade. No Reduto o catolicismo é a principal religião, onde um grupo de adolescentes participantes do coral da igreja e da legião de Maria são responsáveis por cuidar e organizar algumas ações da igreja católica, como a festa de São Sebastião, comemorada no dia 21 de janeiro, onde esses adolescentes com ajuda de adultos organizam e comemoram essa data especial.

Em 2010, Reduto foi uma das três comunidades a receber um projeto da ASCDEG em parceria com a prefeitura de São Miguel do Gostoso, trazendo os adolescentes da comunidade de Reduto, Antonio Conselheiro e Angico de fora para a escola de musica de São Miguel. Isso foi muito importante para os adolescentes da comunidade, mais segundo stephany, uma quadra de esportes seria muito importante para os jovens, pois a maioria dos adolescentes não tem o que fazer no seu tempo livre e o esporte poderia ser um grande atrativo para os jovens da comunidade.

Reduto ainda conta com um grupo de apicultores, formado por adultos e jovens do Reduto, gerando uma pequena renda para os atuantes no grupo.

Você Sabia?

Por: Valecia Gomes.

Antigamente a população não tinha como comprar remédios, então para curar da gripe, era raspado coco e como na época aqui não tinha liquidificador, a população espremia o coco até ficar com o leite bem grosso. Quando amanhecia, a pessoa levava o leite do coco, misturava com água da praia e tomava, depois de alguns dias a gripe ia embora.

De primeiro quando as mulheres estavam perto de dar a luz, era guardado num pano uma certa quantidade de farinha de mandioca e goma. Quando o filho nascia, as mães davam papa de farinha de mandioca e goma a seus filhos. Como não podiam comprar leite, pois era muito caro, então a papa era feito com chá de ervas.

Antigamente quando as crianças ficavam com o nariz entupido as mães colocavam um copo de chá de Eucalípto de baixo da rede da criança, enquanto eles dormia, sentia o cheiro do chá e de repente o incomodo ia embora.

Conta pessoas mais antigas, que quando alguém tava com dor de cabeça, era colocado um pano com folha de mandioca na cabeça. Minutos depois, o pano era retirado e a dor de cabeça curada.

Antigamente quando na casa de alguém chegava pessoas indesejadas, a dona da casa colocava uma vassoura de cabeça para cima atrás da porta e a pessoa ficava tão agoniada que ia embora.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Lenda da Mãe-da-Lua

Por: Amara Gomes

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Segundo uma lenda recolhida por Câmara Cascudo, a Mãe-da-lua foi uma mulher extremamente amiga de festas. Contam que certo dia, ela deixou o marido, a quem adorava, doente, saiu para uma festa e dançou toda a noite. Voltando pela manhã encontrou Paulo, o esposo, morto. Desesperada de remorsos e convulsa de arrependimento, soltou um grito feroz chamando Paulo! De tanta tristeza a mulher transformou-se num pássaro de cor parda, conhecido como a Mãe-da-lua, e que até hoje anda pelas matas chamando: Paulo! Paulo! Conta ainda que a Mãe-da-lua sempre soluça uma risada de martírio. Canta sempre à noite, seja ou não de luar, sendo que nas noites de lua seu canto parece mais longo e mais profundo, partindo do seio da mata escura. Muitas tribos de índios tinham o costume de varrer o chão com as penas da Mãe-da-lua, como preservativo contra a luxúria.

Gostoso Ecotur: uma alternativa em turismo ecológico

Por Edmilza Karla
Foto: Tiago da Silva Luciano

Uma nova alternativa para o turismo nasceu este ano em São Miguel do Gostoso, a Gostoso Ecotur – Passeios Ecológicos. Nasce com o intuito de fazer um ecoturismo gostoso, a partir das ideias de jovens protagonistas que, com a coordenação da AMJUS em parceria com o Projeto Responsabilidade Social do SEBRAE/RN, desenvolve uma experiência piloto, uma agência de passeios ecológicos com uso de bicicletas bem equipadas, trilhas e roteiros bem elaborados, gerida por jovens da comunidade de São Miguel do Gostoso.

Como diz Stephanny Menezes, uma das jovens do projeto, “uma alternativa de entretenimento que preserva a natureza, pois preservar e apreciar a natureza é o objetivo”. A Gostoso Ecotur é uma empresa em desenvolvimento, oferece pacotes de passeios ecológicos em grupos, alguns adaptados para casais, com roteiros planejados, que são acompanhados por jovens condutores qualificados e, nos casos de passeios com bicicletas, estas são especiais incluindo os equipamentos de segurança e orientação de uso. O cliente escolhe o passeio que pode inclusive ser agendado.

Como isso funciona? O grupo de clientes interessados numa aventura procura a agência! Lá escolhem o passeio que quer fazer, seja grupo em família, grupos de amigos, ou mesmo casal e combinam tudo com os agentes! No horário combinado os clientes recebem as bikes, os equipamentos de segurança e seguem o passeio escolhido, conduzidos por dois jovens "condutores" que orientam todo o trajeto, inclusive às surpresas agregadas ao roteiro, de modo a apreciar bem à natureza e tudo de bom que ela oferece. E para aqueles que só desejam dá uma voltinha batendo papo ou simplesmente sozinho, os jovens também oferecem a opção de aluguel de bicicletas!

Pousadas de São Miguel do Gostoso já sugerem os tais produtos como alternativas para seus clientes! “Os produtos oferecidos pela Gostoso Ecotur são todos relacionados com a educação e preservação ambiental, levando os seus clientes a sentir e vivenciar o prazer de conviver com a natureza”, explica Renato Araújo, um dos agentes do projeto.  Para Jéssica Martins, também agente do projeto “é um projeto maravilhoso, pois aprendemos muito, nós que queremos ter nosso próprio negócio e poder participar do turismo da cidade”.

A Gostoso Ecotur encontra-se sediada Avenida dos Arrecifes, 1798, em São Miguel do Gostoso, com contatos através dos números (84) 8111-3129 (Vivo), 9212-6238 (Claro) e 9668-4890 (Tim), e também no facebook no endereço facebook.com/gostosoecotur.

Em busca do desenvolvimento sustentável

Por: Walter Jefferson

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O sonho de todo empreendedor é ver o seu empreendimento crescer, ser conceituado, conquistar mercado, ter o maior percentual de lucro possível, em fim... Prosperar.

Antes de falar do que realmente interessa, gostaria de abrir um parêntese para entendermos um pouco de visão estratégica. Uma empresa (seja ela qual for) está inserida em um macro ambiente, este, por sua vez, oferece condições favoráveis ou não, para que a empresa alcance os seus objetivos, entre elas estão: as condições legais, políticas, econômicas, demográficas, ecológicas e culturais. Qualquer alteração em uma dessas condições acaba afetando, positivamente ou negativamente, o desempenho das empresas que estão inseridas neste ambiente. Você deve estar se perguntando: “Mas o que isso tem a ver com sustentabilidade?” Tudo a ver!

Muitos empresários se preocupam tanto com o crescimento de sua empresa que acabam esquecendo o ambiente em que ela está. Alguns se preocupam apenas com a questão ecológica, mas é aí que se encontra um grande equívoco em relação a este tema. Sustentabilidade não está associada apenas à preservação do meio ambiente, mas também ao desenvolvimento da sociedade em que a empresa se encontra, é o que chamamos de sustentabilidade social. Nem todas as pessoas enxergam o valor do tema para o negócio. Ou não sabem como colocá-lo em prática. Não entendem que podem realmente crescer e fazer dinheiro por serem sustentáveis, além de protegerem a sua reputação.

O segredo é achar a interseção entre os interesses do empreendimento e os da sociedade ou do meio ambiente. Nem é preciso ser um bom observador para perceber que as empresas socialmente responsáveis, que pensam não somente no lucro, mas, acima de tudo, no ser humano, são mais valorizadas e reconhecidas, com a preferência dos seus clientes. 

Essas ações estão se transformando numa poderosa vantagem competitiva no desenvolvimento dos negócios das organizações, já que os consumidores valorizam a preocupação das empresas em tornar a sociedade com menos injustiças e desigualdades. 
Outra questão que surge, ao se falar em desenvolvimento sustentável, é a diminuição das desigualdades econômicas e sociais e também entre as regiões, infelizmente a região do Mato grande é a que tem um dos menores IDH (Indice de Desenvolvimento Humano) do Brasil.

Já há muita gente consciente de que diminuir a pobreza é um caminho para se proteger o ambiente, mas precisamos que mais pessoas entendam que este é realmente o melhor caminho, só assim iremos mudar a dura realidade da nossa região.

Atualmente, fatores como educação, saúde, meio ambiente, segurança, cultura, esporte e lazer são responsáveis pela continuidade de um crescente ciclo de consumo e pelo desenvolvimento de toda a cadeia produtiva em torno da sociedade.  Há quem ainda acredite que a moda da sustentabilidade vai passar. E prefira, de modo cínico, ficar aguardando isso acontecer, apesar de todas as evidências apontarem para o contrário.

Comunidade Baixinha dos França: mais de 100 anos de história

Por: Acássio Melo

Capela de Santa Terezinha
A comunidade Baixinha dos Franças tem mais de 100 anos de história e foi fundada pela família Camilo, que foram os primeiros moradores da comunidade, segundo conta a professora Marlene França. Pelo fato da família Camilo ter pouco dinheiro, pouca posse de terras e ser a única família da comunidade, com a chegada no local da família França, que era bem maior e com mais posses, perderam a identidade do lugar.

A família França, segundo a moradora Dona Maria Matias, já foi a mais rica da localidade. Os França (assim mesmo, no singular) começaram a povoar e aos poucos mandar na comunidade e nos próprios moradores. Conforme iam chegando novos moradores, eles eram obrigados a trabalhar para eles. Como os França tinham mais dinheiro, começaram então a desenvolver a comunidade que, nos anos 60 a 80 foi referência comercial na região.

A família França era quem comandava tudo por lá. Eles eram quem decidia sobre tudo, eles que eram os soldados, delegados, em fim os governantes. As leis da comunidade eram impostas por eles como a de que “homem nenhum andava sem camisa, se fosse pego sem camisa eles apanhavam por que se tratava de uma falta de respeito com as mulheres da comunidade e essa era uma forma de castigo e ainda ficavam presos por pelo menos três dias, depois eram soltos”, contam as pessoas mais antigas do lugar.
A comunidade Baixinha dos França possui este nome pelo motivo de, além da identidade da família França, se situar numa depressão, uma baixa, onde se desenvolveu a comunidade. Atualmente, com o movimento das mudanças a comunidade já não é situada na antiga baixa, embora o nome permaneça.

A história da Baixinha dos França relata uma tradição um meio indígena, de que os jovens da família França só poderia se casar com os jovens da família dos Vieira, da comunidade vizinha, para não acabar a etnia. Assim também, conta também, como conta os mais antigos, que era considerado França quem fosse louro e de olhos claros.

A Baixinha dos França, fica localizada á 32 quilômetros da sede do município de São Miguel do Gostoso. Hoje tem em média 400 habitantes e não se desenvolveu mais depois da saída dos homens ricos da família França, apesar de ainda haver descendentes. 
De povo predominantemente católico, hoje na comunidade existe a Capela de Santa Terezinha que se localiza na rua principal, onde era a vila comercial, uma Pracinha Pública, a escola que se localiza também na rua principal, ampliada no governo do prefeito João Wilson, uma quadra esportiva e possui nas suas ruas as casas antigas semelhantes as do tempo colonial.

As casas da Rua Principal da Baixinha ainda têm como características as eiras, formas retangulares e quadriculadas na parte de cima das paredes e diversos desenhos. As casas que tivessem mais eiras, eram consideradas as mais ricas, eram as dos que tinham sobrenome França. E quem não possuísse essas eiras eram considerados pobres. Daí a expressão “sem eira e nem beira” quando se refere a uma pessoa pobre.

Entre as principais características da comunidade está a chamada cultura de sequeiro, como o cultivo do milho e do feijão e o extrativismo do caju e do umbu que são temporários e depende das chuvas. É comum encontrar as residências em casas de taipa, e nas casas ainda o uso do pilão, de cristaleiras antigas, uso de panelas de barro, da tapioca feita no caco, como faziam os índios. É muito interessante. Uma coisa muito interessante também, como disse Heldene Santos, é um lugar, como alguns outros, onde jovens, em pleno século 21, ainda constroem a sua casa de taipa para casar.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Nossa gente

Por: Amara Gomes

Seu Francisco
Para o Nossa Gente desta edição procurei uma pessoa muito interessante, Seu Francisco Tenório de Souza, 81 anos, também conhecido por Seu Chico. Nascido em Bebida Velha, município de Pureza, foi um menino de família humilde, iniciou estudos, mas parou de estudar porque teve que trabalhar muito cedo para ajudar a família. Seu Chico trabalhava na agricultura junto com seu pai, durante muitos anos. Quando jovem, casou e teve 9 filhos, já em São Miguel do Gostoso.

Aposentado, hoje vive de cuidar de sua casa. Ele conta que sua infância foi muito boa. Outra coisa que é muito interessante é que ele falou que na sua adolescência foi cantor de orquestra, tocava um pouco de pandeiro e gostava muito de dançar, mas parou por causa da idade. 

Atualmente, nos seus quase 82 anos, Seu Chico não perde a pose! Anda sempre bem arrumado, participa de grupos de idosos e gosta muito de dançar forró e dançar quadrilha. Voltou a estudar depois que se aposentou e faz a Educação de Jovens e Adultos na Escola Municipal Coronel Zuza Torres.

Em homenagem a Seu Chico fazemos essa postagem e desejamos uma eterna morada na casa do pai. Quando Seu Chico nos cedeu essa entrevista ainda estava entre nós. 

Descanse em Paz seu Chico. 

Entrevista com Leonardo Godoy

Por: Edmilza Karla

Foto Edmilza Karla
Nesta edição do Alô Galera resolvemos entrevistar uma pessoa que consideramos muito importante na história do turismo na nossa cidade. Ele é o homem que fez a primeira pousada em São Miguel do Gostoso, que deu os primeiros nomes às ruas da cidade e que deu destaque ao arroz de polvo como um prato de referência na gastronomia local. Seu Leonardo me recebeu no seu Restaurante La Brisa e muito atencioso respondeu as perguntas a seguir:

Seu Leonardo, em que ano o senhor chegou em São Miguel do Gostoso e como era São Miguel do Gostoso nesse tempo?

Eu cheguei no ano de 1989. Como era São Miguel do Gostoso? Era uma pequena vila de pescadores com nenhuma perspectiva de crescimento. Mas a beleza de São Miguel do Gostoso! Por incrível que pareça já tinha um charme, a enseada com os coqueiros, que hoje já não tem tantos, estão acabando tudo... Não havia nenhuma casa na praia. Só as casinhas dos pescadores.

O que lhe atraiu para São Miguel do Gostoso?

A beleza ! O charme! 

Como foi apostar num primeiro empreendimento turístico aqui nesse lugar?

Foi um desafio. Entrei de cabeça, na realidade foi um pouco de loucura, eu cismei em 
colocar uma pousada aqui. E quando falei que iria colocar uma pousada aqui... Me chamaram de louco. 

Na sua opinião, a que se deve essa fama de São Miguel do Gostoso como referência no turismo?

O turismo de São Miguel do Gostoso com certeza é levado pela beleza e o bem estar que o lugar proporciona.

O senhor acha que nossa cidade tem boas possibilidades de um crescimento saudável para todos?

Crescimento saudável eu duvido muito, pois a coisa mais saudável é a natureza e isso estão acabando. Por exemplo, não se constrói casas em baixo de coqueiros , tem que arrancá-los. Há um impasse. Ou você quer turismo ou quer natureza! 

Que mensagem o senhor gostaria de deixar no Alô Galera para essa nova geração de Gostosenses?

Que se preocupem com a natureza desse lugar. Que realmente está acabando.

O que são redes sociais: seus lados positivos e negativos

Por: Edson Gomes.


Foto da Internet
Uma rede social é uma conexão de pessoas de forma não estruturada e não hierárquica, que visa o compartilhamento de informações, valores e objetivos em comum. O conceito de redes sociais foi criado muito antes da existência da Internet, porém a Internet facilitou a sua propagação quando pessoas e empresas criaram os sites de relacionamentos, ou redes sociais, como são chamados atualmente.  Uma das mais conhecidas e que é a maior rede social do mundo é o Facebook. 

Estudos apontam que adolescentes que usam redes sociais diariamente tendem a apresentar com mais frequência tendências narcisísticas, que é o comportamento de admirar exageradamente a sua própria imagem e nutrir uma certa paixão por si mesmo, e mostram mais sinais de outros problemas psicológicos, como comportamento antissocial, manias e tendências agressivas, o que diz um estudo divulgado pelo site Science Daily. O mesmo estudo ainda diz que o abuso diário das redes sociais tem efeito negativo na saúde de todas as crianças, pré-adolescentes e adolescentes, que se tornam mais propensos à ansiedade, depressão e outros problemas psicológicos, além de deixá-los mais suscetíveis a problemas de saúde no futuro. 

Mas mesmo com esses problemas apontados, há quem diga que elas também trazem alguns pontos positivos, por exemplo: os relacionamentos virtuais podem ajudar adolescentes tímidos a aprender como se socializar e que, além disso, as redes sociais podem fornecer ferramentas de ensino mais atraentes, capazes de promover o engajamento de jovens estudantes. 

Favorece também o estabelecimento de vínculos positivos através da interação entre indivíduos; Tais sites podem ser úteis para manter amizades separadas pela distância ou pelo tempo e para unir pessoas com interesses em comuns; Oportunizar um espaço para reflexão, troca de experiências e busca de soluções para problemas comuns; Estimular o exercício da solidariedade e da cidadania; Mobilizar as pessoas, grupos e instituições para a utilização de recursos existentes na própria comunidade; Estabelecer parcerias entre setores governamentais e não governamentais para implementar programas de orientação e prevenção pertinentes a problemas específicos apresentados por um grupo.

A música em Gostoso: uma arte sempre presente


Por: Aldo Cesar

Grupo de Flauta SoMelodia 

Já prestou atenção em como a música está sempre presente em São Miguel do Gostoso? Sempre foi comum um jovem com um violão na praça, outro com uma flauta em outro canto da rua e até bandas são criadas e recriadas a cada tempo nos diferentes estilos. São Miguel do Gostoso já teve banda de MPB, de forró, de xote, de pop rock... E até dessas músicas aí que nem dá muito gosto de ouvir.

Já teve a Banda de Música Cecília Gomes, atualmente tem a Escola de Música de Gostoso executada pela Associação Sócio-Desportiva Gostosense (ASCDEG), já surgiram diversas bandas com nomes como Escorrega Lá Vai Três, Cocorote com Suco de Caju, Manga Rosa, Arrocho o Nó, Forrozão Arrochado, Pegada Xote, Forró Nativo entre outras, além de diversos grupos de música religiosa, como o Ministério Alfa-Ômega que até já gravou CD.

Quando conversamos com os mais velhos também ouvimos diversas histórias de violeiros e sanfoneiros que animavam farras e farras, até hoje ainda toca uma palhinha desse repertório bem mais antigo, o sanfoneiro Dedé de Chico Cândido e Zé Trevessa, que dedilha um breguinha bem legal. E ainda é a música folclórica que embala o Pastoril e o Boi de Rei.

Mais uma iniciativa marcante é do Grupo de Flautas SoMelodia que é executado pelos agentes sociais da AMJUS. Através dele crianças já tem acesso e inicia formação na música, já começando a conquistar plateias apresentando em diversos eventos da cidade. E, para mobilizar e fortalecer ainda mais tudo isso, a AMJUS (Associação de Meio Ambiente, Cultura e Justiça Social) já se prepara para realizar, em breve, o 1º Festival de Música de Gostoso.

Os artistas da música apenas têm dificuldades de sustentarem essas atividades em São Miguel do Gostoso, pois não existe incentivo do poder público para isso, o que é bem um caso importante de se pensar, pois a música é uma arte muito importante para a vida das pessoas e para o desenvolvimento das crianças. A prefeita Maria de Fátima, afirma que reconhece isso e que está tomando todas as providências para implantar no município de Gostoso o Sistema Municipal de Cultura.